A Guiné-Bissau aderiu e assinou a Convenção Constitutiva da CICC no dia 12 de Fevereiro de 2017, em Abidjan, através do Sr. Florentino Mendes Pereira, Ministro de Estado da Energia e Indústria. Desde a criação da Instituição, a Guiné-Bissau tem participado em todas as reuniões do Conselho de Ministros.
Actualmente, fazem parte do Conselho de Ministros relativo à Guiné-Bissau, de acordo com a Convenção Constitutiva da Instituição, SE Sr. Botche CANDE, Ministro de Estado, Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural e Sr. Indústria.
Perfil econômico, social e ambiental
A Guiné-Bissau, situada na costa oeste de África, abrange uma área de 36.120 km², incluindo o arquipélago dos Bijagós composto por cerca de trinta ilhas, numa percentagem de terras agrícolas de 70,4%. A população está estimada em 2021 em 2.015.490 habitantes para um crescimento demográfico de 2,4%. O PIB global e per capita é respectivamente de 1,64 mil milhões de dólares e 813 dólares em 2021, de acordo com o Banco Mundial. Na Guiné-Bissau, o clima é tropical, quente durante todo o ano, com uma estação seca de Novembro a Maio e uma estação chuvosa de Junho a Outubro, devido às monções africanas. O clima divide o país em três zonas agroecológicas. O Nordeste, caracterizado por um clima sudanês com duas estações distintas, uma estação seca entre novembro e maio e uma estação chuvosa de junho a outubro. A precipitação varia entre 1.200 e 1.500 mm e se estende por 107 dias. O sudeste, caracterizado por um clima tropical úmido, é mais chuvoso e frio, com precipitação de 2.000 a 2.550 mm. O noroeste do país apresenta um clima marítimo guineense, moderadamente chuvoso e quente, com 1.500-1.877 mm de precipitação média. As duas zonas do norte são muito adequadas para a produção de caju, mas esta última é cultivada em todo o país, fora das Ilhas.
Setor do caju em resumo
O caju é a principal riqueza da Guiné-Bissau e tem um forte potencial de desenvolvimento. Fora das Ilhas, o caju é produzido em todas as regiões do país e muito presente em todas as terras secas. Com cerca de 300.000 toneladas (2021) de castanha in natura produzidas em mais de 513.533 hectares, a Guiné-Bissau tem mais de 650.000 produtores, 2,5% dos quais são mulheres que possuem plantações de caju. Embora a qualidade das nozes produzidas no país seja de muito boa qualidade, com KORs de 52-56 e procuradas pelas partes interessadas, os rendimentos médios permanecem baixos e variam entre 500 e 600 kg/ha. A grande maioria dos agricultores da Guiné-Bissau está envolvida e vive na produção de caju. O país exportou um volume de 231.243 toneladas em 2021 e 235.000 toneladas em 2022. 14 unidades de processamento estão registadas em 2022, das quais 12 unidades estão operacionais para uma média de 20.000 toneladas de castanhas in natura processadas, ou menos de 10% da produção. o caju gera 18% do PIB, 90% das receitas de exportação e 33% do rendimento familiar. A taxa de utilização das unidades instaladas no país gira em torno de 25%. O preço ao produtor das nozes cruas está entre 375 e 500 FCFA/kg em 2022 e o valor dos impostos de exportação é de 15 FCFA/kg para nozes cruas e 8 FCFA/kg para amêndoas.
Organização do setor
A Guiné-Bissau tem uma estrutura reguladora chamada “Agência Nacional do Caju” (ANCA). Fora desta organização, a promoção do sector do caju é realizada, por um lado, pelo ministério responsável pela agricultura para os aspectos de produção e, por outro lado, pelo ministério responsável pelo comércio e indústria para questões de processamento e comercialização. De apoio a estes dois ministérios técnicos e à ANCA, existem a Associação Nacional de Agricultores da Guiné-Bissau (ANAG), o Quadro Nacional de Consulta das Organizações Camponesas e de Produtores Agrícolas (QNCOCPA-GB), a Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), a Associação Nacional de Intermediários (ANIN-GB), a Associação Nacional de Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau (ANIE-GB).
Medidas de incentivo para promover o caju
Para promover de forma sustentável o sector do caju, a Guiné-Bissau planeou para 2025 um plano estratégico e operacional 2015-2020 “Terra Ranka” no qual a maximização do valor acrescentado do caju está incluída como prioridade do eixo relativo à diversificação do caju. economia e a construção de um sector privado forte. Entre as medidas previstas no plano do caju, destacamos:
- O objectivo de quadruplicar o valor derivado da castanha de caju para gerar 550 milhões de dólares em receitas por ano e atingir uma taxa de processamento de 30% até 2025;
- A assistência à produção de castanha de caju será organizada em dois eixos: supervisão técnica da produção (rendimento e qualidade) e reforço do poder de negociação dos produtores;
- A estruturação de atividades de processamento nacional que visa desenvolver uma rede de empresas de médio porte por meio de apoio técnico, financeiro e gerencial aos processadores em todos os níveis do processo industrial;
- Otimização do valor gerado pelo setor do caju com a aposta do país na comercialização;
- Apoio às actividades de investigação, produção, comercialização e processamento da castanha de caju (Decreto n.º 3/2005, de 26 de Abril de 2005);
- A defesa dos interesses dos produtores, transformadores e exportadores e a distinção da actividade dos principais intervenientes no sector (Despacho n.º 0003/2011, de 8 de Abril de 2011);
- A criação da Agência Nacional do Caju (Decreto-Lei n.º 15/2012, de 19 de Dezembro);
- A criação da Comissão Interministerial de Coordenação das Atividades de Vigilância de Fronteiras (Despacho n.º 0023/GMCA/2014);
- A definição do preço de referência de produção, a base tributável, os requisitos relativos aos critérios de concessão da licença de exportação, os certificados de origem (Despacho n.º 26/2014 de 20 de fevereiro de 2014).
Projetos e programas de promoção do caju
Projetos e Programas | Período de execução | Fontes de financiamento | Áreas de intervenção | Instituição executora | Orçamento estimado (USD) |
O Projeto de Apoio ao Empoderamento e Inclusão Financeira de Mulheres e Jovens no Setor do Caju | 2021-2026 | BAD Governo | 5.12 milhões de UA | ||
Projeto de Infraestrutura, Finanças e Ligação Agrícola do Caju (LIFFT Caju) | 2019-2026 | USDA | Infraestrutura e Financiamento | Abrigo para a Vida Internacional (SFL) | DE |
Instituições e pessoas que representam o CICC
A Guiné-Bissau está representada no CICC por:
- O Ministério de Estado, Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural. Ponto Focal: Sr. DIOMBERA Kaoussou, Assessor Técnico do Ministro de Estado, kadiombera@yahoo.fr
- O Ministério do Comércio e Indústria. Contato: Sr. Fati LASSANA, Diretor Geral de Comércio e Concorrência lasfati@yahoo.com.br